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sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Já é tarde da noite, todos dormem ou ao menos se ocupam em alguma coisa, e quando eu penso nisso, não me sinto nem uma coisa pela qual os outros precisem se preocupar. Do meu aparelho de som sai quietinho o som daquele baixo, que com suas batidas convida minha alma a pulsar, fazendo rodopiar toda essa fauna inexplorada e asfixiante de sentimentos que eu tenho em mim, os solos de guitarra que surgem lentamente, mas com seu som estridente me arrepiam como se tocassem na ferida em aberto, e a ferida sangra no embalo do cantor, que une seus pesadelos aos meus, por um instante não me sinto só, só por um instante tenho alguém com quem dividir essa angustia, mas a ilusão se desmancha com o fim da canção, estou só. Sou mais um clichê. Sou o personagem triste daquele filme que eu vi, ou se era um livro eu também nem sei, só sei que eram como eu, porem eles são uma ficção, a tristeza deles só dura até o fim do longa, ou até a última pagina do livro, mas não eu, eu tenho que seguir além dos créditos e das paginas finais, eu tenho que continuar existindo.  É isso, eu existo, mas não vivo. Não tenho motivos pra brigar com as horas ou tentar fazer o relógio voltar para trás, não, o tempo não é bom comigo, eu sinto que ele ri de mim, ele vai devagarinho, devagarinho, como se tivesse prazer de ver o meu desespero a cada segundo que se vai, não, o tempo não é bom comigo. Então eu tento me convencer.. ah eu tento.. eu tento me convencer que aquilo tudo precisa mudar, que eu preciso mudar, preciso viver como os outros. Os outros, ele são felizes, sempre sorriem, eles vivem, e a vida deles sempre dá tudo certo, é algo orgânico, enquanto a minha vida é uma flor de plastico, sem brilho, uma imitação. Não, não quero ser como eles, a felicidade deles é toxica pra mim, as pessoas me tiram o ar, me deixam com náuseas. Já é tarde, meu olhos já perambulam semi-serrados pelos cantos desse quarto ao qual eu pareço ser um prisioneiro, não por eu não ter as chaves, mas por que só aqui eu posso ser eu mesmo, esse resto condenado , mas ao menos aqui não sou julgado, eu me prendo a essas paredes, pois lá fora me assusta e me aterroriza, o mundo é um tirano, mas aqui sou soberano, e me sentencio a masmorra...

- Diego Codorna

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Finally let you go.

 A pior parte de perder alguém é saber que jamais será igual, o sorriso não será o mesmo, o calor não será o mesmo, o amor não será o mesmo. O que foi que eu fiz de errado? Esta noite partirei dessa cidade conturbada. Você jamais entenderia, e nem peço para entender. Já não existe sentido, já não existe meu antigo sorriso. Tudo que eu precisava era você, mas onde você estava? Me dê um sinal, me dê um mapa, me dê um objetivo. Como eu pude confiar em você, se nem do seu coração você cuidou? Como viver com isso? Devo lhe dar mais uma chance? Devo passar você no meu teste? Somente você deve ser capaz de me dizer. Nem Deus, nem fera poderia compreender, não há aqui qualquer dificuldade. Conseguimos abster-nos de qualquer prazer intenso, ou qualquer medo tremendo, são situações concretas e bem caracterizadas. Todas as situações que caímos, são as situações que criamos, é tudo seu, é tudo meu, é tudo nosso. Você quer agir mas não sabe como, saiba que agir é sua única escolha. Somente você é capaz de se livrar de seus próprios problemas, ninguém mais. Por favor não leve a mal, entenda, que nesta cidade nada mais me resta, nada mais me importa, nada mais me satisfaz. A sua queda foi a minha queda, e foram suas complicações. O que me resta de você? O que me diz sobre te perder? Eu tive que morrer para finalmente te deixar partir.



~Werley Silva

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

To die by your side, is such a heavenly way to die.

 E lá estava ela, com os olhos fixos aos meus, como se o tempo tivesse congelado e tudo que era belo fosse apresentado, como uma fortaleza em tempos de paz. Um sorriso em tempos de guerra. Um felino em sua caça, e as suas capacidades. Apenas o mais puro e belo sentimento. Seu cabelo verde ao vento, seu sorriso amarelo, sua pedra cara. Eu estava em seu território, ouvindo coisas que jamais foram ditas, coisas que jamais foram cogitadas. E tudo que eu precisava era ouvir nossa respiração, nossa tragada, nosso suor escorrendo, nosso mundo. Onde eu estava com a cabeça? Onde ela estava? A luz que brilhou na escuridão da cidade, o horário onde todos se vestem para transar, o momento onde todos os semáforos estão desligados. Purifique minha mente, e me mostre o seu caminho, me leve para casa. É a luz que nunca se apagará, é o mais simples que nos agrada. Me prometa que jamais me deixará, era tudo que ela dizia, e eu respondia com um simples eu te amo. Jamais sentirei tamanho amor por outro alguém, jamais sorrirei como sorrio para ela. Você é a verdade, não eu.




~Werley Silva

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

To love at all is to be vulnerable

Se você quer amar, você irá se tornar vulnerável. Ame qualquer coisa e seu coração será torcido e possivelmente quebrado. Se você quer ter a certeza de que irá mantê-lo intacto você não deve dá-lo a ninguém, nem mesmo a um animal. Envolva-o cuidadosamente em volta de hobbies e pequenos luxos, evite qualquer envolvimento. Tranque-o em seu caixão de egoísmo. Mas naquele caixão, seguro, escuro, imóvel, sem ar, ele vai mudar. Não será quebrado, mas vai tornar-se inquebrável, impenetrável, irredimível. Amar é ser vulnerável. "

"C.S Lewis, The Four Loves " - Por Alexandre