''Toda a minha vida eu estava cego, eu era cego, agora vejo.''

 E tudo aquilo que já saiu de sua boca, hoje é tudo aquilo que já não importa. Vês essa exuberância?  Vês o formidável? O que eu ouvia com gosto, hoje é uma profunda mentira. A morte de um inseto, com quem sonhei com o maior desgosto. Ela sorri enquanto no meu inconsciente me assombra, enquanto em seu império, sua alma se quebra. Me calo ao te ouvir falar de amor, eu sabia que no fim seria sem sabor. De amores fúteis e banais, mantenho distância, de pouco falo. Não amei o amor. Como amar algo que nunca sentiu? Como amar algo que jamais foi verdadeiro? Querida, o amor não é algo material, não se venda. O amor não é um príncipe encantado, não se iluda. O amor não é melhor que você, não se menospreze. Acredito nisso enquanto a amizade é verdadeira, que no fim é caveira com caveira. O vento nunca cessará, e a solidão não irá para outro lugar. Escarro puro desprezo por você, escarro nessa boca que um dia me beijou com seu falso amor. Mandando para o céu a fumaça mais densa presente no cigarro mais forte, pensando que nada chegará ao que você fez ou fará. Está perto da meia noite, esse dia passará, mas a memória tende a continuar.

~Werley Silva